Falar inglês é a vontade de muita gente, mas você já se perguntou porque tanta gente ainda não fala, mesmo depois de já ter estudado durante anos?

Algumas coisas precisam ser ensinadas de forma mais objetiva antes que o brasileiro seja considerado falante desse idioma de forma consistente e como comentei no primeiro artigo dessa série, o início desse processo se dá quando aprendemos as importantes diferenças entre Português e Inglês e porque você deve saber sobre elas.

O próximo passo é compreender o uso dos 14 verbos auxiliares e o quão importante eles são para que o inglês seja falado de forma correta e não haja mais erros de conjugação. Neste artigo veremos uma nova forma de estudar esse idioma, voltada a esses verbos como os pilares do aprendizado.

Quando ouvimos falar que na língua inglesa temos 14 verbos auxiliares e que eles são os representantes dos tempos verbais e da conjugação dos verbos principais desse idioma logo sentimos calafrios e pensamos: “será que serei capaz de aprender e aplicar cada um deles?”

Bom, se serve de consolo, eles são de longe muito mais fáceis que os tempos verbais e conjugações que temos em português e te garanto que com um ajuste aqui e ali, você dominará esses verbos rapidamente. O mais importante aqui é você entender quem são e como esses verbos são aplicados nas construções da língua e logo você estará dominando o assunto. Portanto, pegue um café e se acomode que a aula é longa.

Quais são e qual a principal função de cada um desses verbos?

Vale lembrar que nesta aula não vamos nos referir a todos os verbos auxiliares com nomenclaturas de tempos verbais como fazemos no português, somente com alguns para facilitar sua compreensão num primeiro momento. Vamos explicar já nas regras em inglês como cada um funciona e quando devem ser aplicados nas sentenças para que façam o papel de transmitir corretamente a mensagem desejada.

Antes de mais nada, como não usamos esses verbos em português da mesma maneira, é necessária uma introdução: o Verbo Auxiliar (VA) é responsável por ajudar na construção das frases, dando-lhes o tempo e o sentido verbal corretos e conjugando o verbo principal. Esses verbos aparecem em todas as frases em inglês e, mesmo que implícitos, você certamente terá um verbo auxiliar em cada sentença, seja ela dependente (quando não tem sentido sozinha), ou independente (quando carrega informação completa).

As construções com os verbos auxiliares seguem sempre a mesma estrutura, composta por:

  • Sujeito ou objeto da sentença. Esse último quando em voz passiva.
  • 1 verbo auxiliar. Note que não usamos mais de 1 em cada sentença.
  • A negação NOT quando a sentença é negativa. (podemos também aplicar outra palavra “negativadora”, como: never, no…)
  • Verbo principal conjugado de acordo com a regra que o verbo auxiliar aplica a ele (aqui também podemos ver adjetivos ou artigos seguidos de substantivos no lugar no verbo principal)
  • Complemento de sentença que conclui a informação.

Acompanhe:

Frases afirmativas e negativas:

Sujeito/objeto + VA + (not) + verbo principal conjugado com a regra do VA + complemento.

Frases interrogativas (onde invertemos a posição do VA com o sujeito/objeto):

VA + sujeito/objeto + (not) + verbo principal conjugado com a regra do VA + complemento.

Uma vez compreendida a estrutura base do idioma podemos seguir a diante e estudar verbo por verbo. Cada um deles carrega um tempo verbal e também uma regra que ajudará você a conjugar o verbo principal da sentença corretamente. Quero ainda ressaltar que na língua inglesa as essenciais conjugações de verbos principais são: infinitivo, presente, passado, contínuo, particípio passado.

Verbos auxiliares simples

  • Verbo TO BE – É equivalente ao “ser e estar” do nosso português e tem a principal função de construir sentenças em tempo contínuo. A estrutura aplicada com este auxiliar é muito simples e, assim que você aplicar um verbo TO BE na frase de voz ativa (sujeito), o verbo principal localizado logo após o auxiliar, sempre será aplicado com o sufixo ING (present participle) e quando aplicado em voz passiva (objeto), o verbo principal será sempre aplicado no Past Participle, onde ambas as formas indicam o tempo contínuo da frase. Também usamos o TO BE em frases futuras e em frases, no entanto, esse assunto será estudado em um próximo tema. Vale ressaltar aqui que o sufixo ING é o equivalente ao “ando, indo e endo” do português e antes que você pense que é gerúndio, já lhe digo que gerúndio na língua inglesa é diferente do que estudamos no português e aqui ele é somente contínuo. Com relação a conjugação verbal Past Participle, o verbo principal pode variar em escrita e pronúncia, uma vez que podem ser regulares ou irregulares.
  • DO e DID – Eles não têm significado quando aplicados como verbo auxiliar e são responsáveis por dar o tempo verbal do presente e passado simples, respectivamente. Eles geralmente aparecem escritos ou ditos nas frases interrogativas, frases negativas ou quando você deseja enfatizar uma informação afirmativa. Para formar sentenças com esses auxiliares na forma afirmativa tanto no presente como no passado, o verbo principal é conjugado no presente ou passado simples logo após o pronome deixando o verbo auxiliar implícito. No entanto, se a sentença necessitar ser enfatizada, você deverá usar o verbo auxiliar explicito na sentença e, nessa situação, o verbo principal será conjugado pelo verbo auxiliar, se mantendo sempre no presente simples. Quando usamos a terceira pessoa do singular em sentenças afirmativas com o auxiliar implícito, o verbo principal recebe um “S” indicando a conjugação de presente simples. Vale dizer aqui que esses verbos são os únicos que não são aplicados em voz passiva.
  • HAVE – Este verbo auxiliar é apresentado de duas formas diferentes na língua inglesa: em sentenças que chamamos de Normal Perfect (present, past e future perfect) e em sentenças de Perfect Continuous (present, past e future perfect continuous) e tem como principal função trazer duas informações na mesma linha do tempo, onde uma será sempre atrelada diretamente a outra para transmitir a informação desejada. É muito usado em inglês, e a aplicação deles fica a cargo de você compreender de fato o quão continuamente a língua inglesa se comporta. Os verbos que vêm logo após esse verbo auxiliar são conjugados no Past Participle. Sua construção é tão simples quanto os demais verbos auxiliares que já vimos acima e não há mistério para colocá-los em prática.

Verbos auxiliares modais

Os verbos modais, como o nome já sugere, tem a função de moldar o verbo principal da sentença e, para tanto, cada um deles modifica o verbo principal de acordo com a sua regra. Para compor uma sentença usando um verbo modal, não se deve usar TO entre o verbo modal e o principal aplicado na forma infinitiva, com exceção do ought to. Sua construção é tão simples quanto os demais verbos auxiliares que já estudamos e a principal diferença desses verbos para os que estudamos é que eles dão a ideia de capacidade, habilidade, possibilidade, obrigação, oferta, confirmação, solicitação, desejo, entre outras que veremos em cada um deles. Alguns verbos modais não têm forma passada ou interrogativa e todos eles podem ser usados também em voz passiva.

  • Can – É o verbo modal que tem a responsabilidade de falar sobre possibilidade quando houver uma chance real de acontecer, mostrar que você é capaz de fazer algo, representar que você tem habilidades para fazer o que é solicitado e pedir permissão em algumas situações.
  • Could – Usamos este modal para falar sobre possibilidades no momento presente ou no futuro, sobre probabilidades que não são reais, para fazer sugestões ou solicitações formais. Could também é o passado do verbo modal can.
  • Might – Esse verbo auxiliar não é tão conhecido pelos brasileiros e o usamos para falar sobre possibilidades ou probabilidades remotas. Ele não compõe sentenças de forma interrogativa e é usado como o passado de May.
  • May – Usamos em situações que precisamos falar sobre possibilidades ou probabilidades, para fazer pedidos ou requisitar permissões muito formais. Tem como passado o modal Might e também é usado em situações educadas.
  • Must – Aplicamos esse modal quando há necessidade de mostrar a intensidade da obrigação, que vai de um chamado educado a leis. Também é usado para fazer deduções.
  • Would – É um velho conhecido de muitos brasileiros e é usado para falar sobre probabilidades ou hipóteses. É também um dos modais que constroem sentenças de maneira educada, sendo ainda mais formal do que o modal Will.
  • Should – Esse modal é aplicado quando falamos sobre coisas possíveis ou prováveis, mas principalmente usamos para falar sobre situações que são desejáveis, para dar conselhos ou fazer sugestões.
  • Ought to – Apesar desde modal ser bastante desconhecido e muitos estudantes jamais ouviram falar dele, ele tem papel importante dentre os modais, pois é comumente usado para sugerir dever ou restrição moral. Este modal possui a peculiaridade de manter o TO na sentença entre o auxiliar e o verbo, fugindo a regra dos demais.
  • Will – Certamente Will é um dos modais mais familiares e é usado para falar sobre ações, previsões, solicitações ou convites futuros.
  • Shall – É usado para falar sobre intenções futuras ou ofertas e conselhos de forma educada. Esse verbo é bastante utilizado em sentenças das quais existe uma certa obrigação futura, sem soar autoritário.

Excluindo as exceções já citadas acima, todos os verbos auxiliares simples e modais constroem sentenças afirmativas, negativas, interrogativas e ainda possuem a forma contraída de se expressar. Esta última sendo usada somente em situações informais e nunca em interrogativas. Existe ainda as Tag Questions, que são aplicadas em todos os verbos auxiliares.

O que você deve estudar associado aos auxiliares:

Aulas complementares são extremamente importantes nesse processo de aprendizado, pois para construir sentenças fluídas e com informações corretas você deve estudar também o mínimo sobre preposições, artigos, verbos estáticos e alguns pronomes como: demonstrativos, objetos, adjetivos possessivos, interrogativos, relativos, possessivos (que é diferente do adjetivo possessivo), entre outros. Também é interessante ter algum conhecimento de verbos regulares e irregulares e entender um pouco melhor sobre a conjugação desses verbos que são aplicados como verbos principais.

Ainda existem outros tópicos que são fundamentais nos estudos e que associados as informações acima, te levarão a ter um bom conhecimento do idioma e perceber o quanto ele é realmente simples e sem rodeios. Esses tópicos têm a intenção de lapidar suas habilidades para você começar a entender o inglês falado e, eventualmente, comece a falar de fato. Eles serão o tema do próximo artigo e se você gostou do que leu, não vai perder por esperar a próxima aula.

Que tal agora você botar a mão na massa e estudar um pouco mais a fundo esses tópicos, bora?!

Texto publicado originalmente em www.saygo.com.br

ARIÇA VARGAS


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