Quando pensamos em aprender inglês, já vem logo aquele frio na espinha quando alguém te diz que a melhor maneira ainda é estudando a gramática. Mas você já se perguntou se você tem estudado o que realmente precisa?

Pra falar inglês é necessário o domínio de algumas peculiaridades, como as diferenças entre o português e o inglês e os verbos auxiliares. Além disso, para aprender é necessário que você siga uma ordem e não desvirtue seu caminho com temas irrelevantes que não vão te levar a fala.

Todas as vezes que alguém diz ser difícil aprender inglês, eu me recordo da Ariça que se mudou para Irlanda com o famoso inglês intermediário. Naquela época, ainda não falava o idioma e quando me deparei com todo tipo de situação para aprender, dizia o mesmo e chorava por acreditar que jamais aprenderia. De fato, não aprenderia, não nos padrões que estava acostumada a estudar, com metodologias tradicionais antiquadas e que somente tinham a intenção de ver minha mensalidade pingando todo mês na conta bancária da escola.

Quando finalmente aprendi a falar inglês e pude compreender os mecanismos e toda a estrutura do idioma, percebi o quão iludida eu havia sido durante muito tempo e decidi mudar esse quadro quando comecei a dar aulas, montando uma metodologia que fosse de encontro não só com a fala, mas com as dificuldades de ser brasileiro e querer aprender inglês em um terreno onde ainda se prega que dicas de pronúncia e vocabulário é aprender a falar inglês.

Entender que a gramática deve ser sua aliada e não sua inimiga faz parte do aprendizado. Ela te leva a compreensão de como o idioma funciona e te apresenta todas as dificuldades que você terá que superar. Neste artigo fecho o ciclo da gramática com as aulas finais que devem ser estudadas para que o aluno, finalmente, aprenda inglês.

Fazendo as pazes com a gramática

Do contrário que se pensa, não é estudando vocabulário e pronúncia de forma aleatória que se lapida o inglês. De nada adianta você ter um vocabulário vasto se você não souber aplica-lo corretamente na sentença. Ressalto que na língua inglesa algumas regras gramaticais são até similares às regras do português, mas como já comentei no primeiro artigo dessa série, esses dois idiomas possuem diferenças quanto a transmissão da mesma informação e essas peculiaridades, obviamente, se estendem à forma com a qual você aplicará o vocabulário.

Os temas que devem ser estudados para lapidar o inglês de todo falante dessa língua, passam por toda a extensão da construção das sentenças. O tomado de temas abaixo não tem uma ordem cronológica definida com exceção do Gerund e dos Phrasal verbs que devem, respectivamente, ser os últimos a serem estudados, pois, para que a compreensão desses temas seja completa, precisa haver conhecimento dos outros temas em primeiro lugar.

  • Prepositions

Preposições desempenham papel importante na transmissão da informação desejada e não têm significado ou tradução. Têm como função principal ligar substantivos e pronomes à outras informações da sentença, explicando que tipo de relação eles têm entre si. Existem 4 grupos de preposições: tempo ou duração, local ou posição, direção ou movimento e descrição das informações gerais. Algumas delas podem ser usadas em mais de um grupo e estão dispostos a representar significados diferentes exigindo a necessidade de estudar cada um dos grupos separadamente para compreender as relações que estabelecem.

  • Adjectives

São bastante semelhantes as do português e a principal função dos adjetivos é descrever a característica de algo ou alguém. Em português escrevemos o adjetivo após o substantivo, entretanto, em inglês essa posição é invertida e os usamos antes do substantivo. Existe uma ordem específica quando usamos mais de um adjetivo consecutivamente em uma frase e obedecemos à seguinte ordem de uso: opinião, tamanho, idade, formato, cor, origem, religião, material e finalidade. Uma boa dica para não perder o que vem primeiro é sempre usar o adjetivo que descreve do mais generalizado ao mais específico. Além disso, eles também podem ter funções comparativas (superioridade, inferioridade e igualdade), levando o sufixo “ER” em palavras com até 2 sílabas ou ser precedido das palavras more ou less em palavras com 3 sílabas ou mais. Outra função é a superlativa (superioridade e inferioridade), que leva o sufixo “est” em palavras com até 2 sílabas ou ser precedido das palavras much ou least em palavras com 3 ou mais sílabas.

  • Adverbs

Assim como os adjetivos têm a função de atribuir uma característica a um substantivo, os advérbios têm a função de modificar verbos, adjetivos e outros advérbios. Eles são usados para dizer como, quando ou onde algo aconteceu e são classificados como: modo (indicam a maneira pela qual a ação ocorre e levam o sufixo “LY”), local (indicando onde a ação ocorre), tempo (indicando quando a ação ocorre) frequência (Indicando com que frequência a ação ocorre) e intensidade (indica a intensidade de uma qualidade ou ação). Existem também os advérbios chamados modificadores, que são usados para modificar adjetivos. Eles são usados antes dos adjetivos para dar mais ou menos intensidade a essa qualidade: so, too, absolutely, very, really, entre outros. Ainda temos os advérbios interrogativos, com os quais já estamos familiarizados: how, when, where e why.

  • Pronouns

Um pronome é a classe de palavras que substituem o substantivo (nome). Eles visam indicar a pessoa do discurso ou colocá-lo no tempo e no espaço, sem usar nomes. O que substitui o nome é chamado pronome substantivo, e o que determina (o acompanha) é o pronome adjetivo. Vale ressaltar que em inglês não há omissão de pronomes como em português e, quando iniciamos uma nova frase, devemos aplicar um novo pronome, mesmo que já tenha sido citado anteriormente na mesma informação. Além disso, alguns dos pronomes estão diretamente ligados aos pronomes pessoais, obedecendo à primeira, segunda ou terceira pessoa, bem como ao plural como: pronomes subjetivo, objeto, adjetivos, possessivos, reflexivos e Intensivos. Também temos pronomes relativos, interrogativos, indefinidos, demonstrativos e recíprocos.

  • Conjunctions

Estas palavras são extremamente importantes para trazer coesão e coerência ao diálogo e ligam duas partes de uma sentença que estão relacionadas entre si. São invariáveis, o que significa que não são flexíveis em número, gênero ou grau e podem expressar uma ideia de continuação, conclusão, adição, oposição, comparação, explicação, etc. Existem três tipos de conjunções: Conjunções coordenadas (usadas para unir frases), Conjunções Subordinadas (usadas para estabelecer uma relação de sentido entre sentenças dependentes) e Conjunções Correlativas (usadas para expressar igualdade e apontar a relação entre sentenças).

  • Gerund

Para entender a função principal do gerúndio em inglês, precisamos primeiro entender que enquanto no contínuo o verbo é conjugado com o ING para formar sentenças contínuas e está associado ao verbo TO BE, o gerúndio não tem a ideia de continuidade ou ação em andamento no momento do discurso e assume posições normalmente reservadas para substantivos. As principais funções do gerúndio são: transformar o verbo em substantivos, agir como sujeito, complemento ou predicado de uma sentença e complementar outros verbos em inglês.

  • Phrasal verbs

São verbos acompanhados de preposições ou advérbios e podem ser considerados expressões idiomáticas. Além disso são usados em linguagem comum, informal e popular, portanto, frequentemente aparecem no uso de gírias. A melhor maneira de usar phrasal verbs não é decorá-los, mas absorver sua essência e aplicá-los na vida cotidiana e a essência desses verbos é modificar o significado do verbo simples para que a comunicação seja mais fluída. Ainda se aplica em alguns casos a colocação do pronome objeto entre o verbo e a preposição/advérbio, os chamados separáveis. Existem também os phrasal verbs que não aceitam essa separação entre o verbo e preposição/advérbio e nesses casos levam o nome de inseparáveis.

Sintetizando o roteiro de estudos

Do momento que você realiza um estudo aprofundado de cada um dos temas citados acima, associado ao estudo dos verbos auxiliares, a gramática da língua inglesa será suficiente para te levar ao ponto de praticar o idioma com exercícios ativos como: redações, e-mails, pequenas resenhas de livros, artigos e toda troca de mensagens pautadas na língua inglesa. Uma vez que a prática já esteja consistente, os exercícios passivos devem ser introduzidos tendo como objetivo a ampliação do vocabulário e o reconhecimento das estruturas já estudadas quando ouvir a língua falada. Esses exercícios podem ser: livros, artigos, músicas, filmes, seriados, podcasts, entre outros, todos com áudio e legendas em inglês para uma maior eficiência.

Claro que os estudos não terminam por aí, pois, ainda é preciso iniciar a fala e esse é o tema do próximo artigo dessa série.

E aí, bora arregaçar as mangas e aprender inglês pra vida toda?!

Texto publicado originalmente em www.saygo.com.br

ARIÇA VARGAS


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