Quem, como profissional, não sente aquela pontinha de dúvida e desconforto quando está fazendo algo que o expõe? Acredito que quase todo mundo um dia já esteve nesse lugar escuro e sombrio e quiçá, já deixou de fazer algo por medo do julgamento alheio.

Recentemente, voltei a escrever artigos e essa exposição revela um lado meu que há tempos já não deveria ser problema. Como já não é novidade a quem me segue, volta e meia comento sobre alguns erros de português que acabam “passando” despercebidos por mim em meus textos e de fato, eu não vejo problema em assumi-los publicamente muito menos negar minha falta de conhecimento em alguns pontos da nossa língua.

Nosso idioma é considerado um dos mais difíceis do mundo de ser completamente aprendido e que atire a primeira pedra aquele que nunca cometeu erros homéricos nesse idioma.

Geralmente, são erros simples e acontecem por várias razões: na grafia, no uso da vírgula, outros por falta de atenção e de tempo de revisar o que já foi escrito e tem ainda alguns mais graves, relacionados a gramática aplicada do idioma, mas todos de fácil resolução e que com um pouco de estudo estou certa que conseguirei evitá-los.

Claro que por ser professora de inglês, eu deveria no mínimo dominar a língua materna, entretanto, pra mim a língua inglesa sempre foi infinitamente mais fácil que a portuguesa e confesso que minhas habilidades gramaticais nesse idioma são mais afiadas do que na língua a qual cresci falando.

O fato é que eu decidi que já passou da hora de eu ter certeza de que os erros que cometo no português, não mais me incomodarão ou levantarão julgamentos e iniciei um intensivo no estudo da nossa gramática portuguesa. Quero apenas ressaltar que este texto certamente terá erros e estou feliz em saber que logo mais eles já não serão mais realidade na minha jornada.

 Aquele chacoalho básico

Graças ao LinkedIn, pude não só ter feedbacks, como também encontrar pessoas que de bom grado me ajudam e ensinam regras das quais eu não aplicava de forma correta ou negligenciava inteiramente. Além disso, nos últimos dias também recebi dicas de ferramentas e outros recursos para poder lapidar meu português e parar de passar vergonha em público. (Risos de nervoso).

Enfim, esse artigo não é só uma maneira de me retratar com aqueles que têm mais conhecimento que eu no idioma e que provavelmente sentem os olhos sangrarem ao lerem alguns dos erros em minhas publicações, mas também é uma forma de compartilhar o conhecimento e as principais dicas que venho recebendo com outras pessoas que estão no mesmo barco que eu.

Além disso, gostaria de deixar aqui um apelo aos que, assim como eu, não são perfeitos e cometem erros: jamais deixem de compartilhar seus feitos e conhecimento pelo fato de você não estar 100% de acordo com as normas cultas do nosso português.

 Escrever de qualquer maneira e sem nenhum cuidado com o texto, além de demonstrar desleixo é obviamente não aceitável, mas não se reprima e procure sempre evoluir e aprender a cada dia mais.

O que mais tem é gente criticando e apontando dedos e o que menos encontramos é gente que está disposta a apontar o erro e lhe ajudar com a solução! Aliás, se você tem pessoas boas e dispostas a colaborar com a sua evolução na sua vida, jamais as deixe ir.

E aí, vai encarar?

Das dicas de ouro que recebi, uma que me encantou plenamente foi a do meu marido, Mauricio Sutter (sim, santo de casa faz milagre), que me indicou um livro de bolso chamado MINIGRAMÁTICA DO PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO, de Celso Cunha. Até então, eu somente havia tido contato com livros de gramática pesada, cheias de voltas e com uma linguagem bastante complicada, mas esse mini-guia é bastante simples, com uma linguagem tranquila e com exemplos que facilitam a vida na compreensão das regras.

Apesar de muito completa, a versão do livro que tenho em casa é antiga, de 1996, e me fez buscar algo com regras atualizadas que tivesse a mesma estrutura apresentada nesse livro. Encontrei então, o CURSO PRÁTICO DE GRAMÁTICA, de Ernani Terra, que é de 2011 e tem as principais revisões dos últimos anos. Baixei gratuitamente no academia.edu.

Os dois livros apresentam um tomado de todas as regras que precisamos dominar sobre nosso português e mesmo que em alguns momentos as explicações possam parecer um pouco confusas, no final tudo acaba se encaixando e fazendo sentido através dos exemplos usados.

A segunda dica, veio de uma querida colega da rede, que me indicou o site Language tool, onde o texto escrito é inserido e então a grafia e algumas regras gramaticais são revisadas automaticamente. Achei essa dica incrível, pois ajuda muito principalmente com a tal “vista cansada” ou “vista viciada”, quando já não mais conseguimos perceber erros pelo simples fato de termos lido o texto inúmeras vezes.

A terceira dica de ouro veio de Dalva Correia. Ela, nos presenteou com o PORTUGUÊS PARA QUEM NÃO TEM TEMPO. Um guia com 99 dicas das mais variadas dúvidas e, claro, as mais pertinentes sobre nosso português. Uma leitura simples e bastante gostosa, pois o formato apresentado deixa o conteúdo leve e descontraído. (Dalva, perdoe os erros que ainda estou cometendo, prometo melhorar logo).

A última dica veio do tio Google, que dentro das minhas pesquisas me apresentou uma infinidade de materiais gratuitos da gramática portuguesa em apostilas para concurso. Obviamente que por ser gratuito, algumas coisas são um tanto quanto rasas, mas tem bastante coisa útil, é só garimpar que acha!

Não se pode fazer uma omelete sem quebrar os ovos.

Quero deixar claro, que de forma alguma quando compartilho meus artigos sobre a língua inglesa, imaginei que meu português fosse perfeito e também jamais cogitei a hipótese de não compartilhar meu conhecimento sobre a minha área de atuação por medo dos meus erros, nem sempre sabidos, no nosso idioma materno. Publico e espero que haja alguém, em algum lugar, feliz com o conhecimento compartilhado.

Eu realmente acredito que para haver evolução tem que haver tentativa, erro e acerto. Ou você tenta, ou vai morrer pensando no “e se”.

Se atrever a fazer algo e se expor sempre vai levantar críticas, o importante é saber para onde você está indo e se no caminho você precisar parar para aprender mais sobre algum assunto específico, tudo bem, faz parte do processo. Ainda bem que temos essa chance de todos os dias sermos melhores que éramos ontem e piores do que seremos amanhã!

Eu por aqui, continuarei na minha brava luta compartilhando em português a minha visão e ideias sobre a língua inglesa e espero de coração, ver esse idioma prosperar no Brasil, mas de agora em diante, cada dia mais afiada em nosso tão sonoro português.

Se você por ventura encontrou algum erro nesse artigo (ou nos passados) e quiser ressaltá-lo para que eu o corrija, fique à vontade! Como quis ressaltar ao longo desse artigo, estou aqui para evoluir!

Se você puder ainda colaborar com mais dicas de livros e outras fontes para ajudar os que lerão este artigo a conhecer melhor o nosso português, seja meu convidado!

 

Texto publicado originalmente no site: www.saygo.com.br

ARIÇA VARGAS

Categorias: Post Livre

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