A fluência no inglês é um assunto bastante abordado nas redes e há quem defenda que ela é possível apenas fazendo cursos no Brasil sem nenhuma influência cultural estrangeira, e outras, que assim como eu, defendem que a fluência só é atingida se você entrar em contato direto com uma cultura que tem a língua inglesa como base.

É claro que fazendo curso no Brasil, especialmente os não tradicionais, você chega a um nível de vocabulário e gramática bastante avançados e jamais passará aperto se realmente absorver o que deve ser absorvido, de forma simples e objetiva, mas a fluência é algo que vai além.

Vale ressaltar, que não tenho a intensão de causar polêmica com o texto, e sim, expressar minha opinião como estudante e aprendiz da língua em terras estrangeiras e professora da língua em terras tupiniquins, e apenas para contextualizar, já contei nesse artigo sobre como aprendi inglês no susto, e nesse outro, como tive que abrir a minha cabeça sobre a melhor forma de aprender a língua.

Quem é a Dona Fluência?

Desde que comecei a dar aulas da língua inglesa percebi que as pessoas que me procuram para aprender inglês, geralmente, têm as mesmas dúvidas e me abordam buscando suprir as mesmas necessidades.

As dúvidas mais frequentes giram em torno da metodologia e seus diferenciais com relação aos cursos tradicionais, sobre como o curso irá de fato agregar conhecimento e a mais frequente, quando a fluência chegará?

Segundo o Dicionário Aurélio online, algumas das definições da palavra FLUENTE são: “natural; espontâneo; fácil e abundante; que tem fluência (no falar)”, ou seja, para ser fluente existe a necessidade de se ter um conhecimento vasto suficiente para que o que quer seja falado, seja feito de forma natural e espontânea.

Apenas você sendo imergido em uma cultura de língua inglesa vai tornar você fluente, no mais, o que você vai alcançar é um nível bastante avançado, o que para muitos já é o suficiente.

É natural do ser humano ser muito curioso quanto a forma e ao prazo ao qual ele alcançará o objetivo que vem buscando, e eu faço questão de deixar todos os meus pontos claros quando o aluno demonstra ansiedade e até mesmo pressa para aprender o idioma, explicando que o processo para a fluência pode exigir muito mais do que ele imaginou a sua vida toda.

Cultura e fluência: um caso de amor incondicional!

No meu ponto de vista, dizer que o aluno se tornará fluente apenas estudando em algum curso seja ele tradicional ou moderno da língua é um erro, pois creio que para atingir a fluência, o aluno precisa estar imerso em um universo onde o inglês é a única forma de comunicação, seja este no exterior ou aqui mesmo no brasil.

No exterior, a imersão é inevitável, pois do momento em que você acorda até o momento que se deita na cama para descansar para o dia seguinte, a língua se faz presente, seja ao ligar a tv ou o rádio, ao sair comprar pão para o café da manhã ou o ir para o trabalho, enfim, cada ação que é tomada, tem como resposta uma interação em inglês, e você aos poucos vai se tornando fluente na língua através da absorção dessa cultura.

No brasil, a melhor forma de ter esta experiência, é trabalhando em multinacionais ou empresas onde a cultura da língua é bastante viva, e neste caso, um curso de inglês vai lhe dar a base gramatical que vai lhe permitir interagir no ambiente em que você está inserido e por consequência você atingirá a fluência. Outra forma de se tornar fluente na língua no Brasil, é estudando em instituições estrangeiras ou bilíngues desde criança ou boa parte da vida escolar.

Nas duas situações, a cultura é algo que se faz presente o tempo todo e impulsiona o aprendizado. A fluência não vem só do vocabulário, mas da forma com que esse vocabulário é aplicado, exemplo disso é a variação cultural que a linguagem tem ao nomear um mesmo objeto ou descrever uma ação com diferentes vocabulários, e vemos isso em todas as línguas. No Brasil, de norte a sul temos uma variação de linguagem bastante rica, podemos chamar uma determinada raiz de mandioca, macaxeira ou aipim, e se trata do mesmo alimento, por exemplo. Costumo brincar que se colocarmos um gaúcho conversar com um Nordestino, as chances deles não se entenderem é grande, apesar de estarem falando, teoricamente, a mesma língua.

A cultura é fundamental para que a fluência seja atingida, pois é através dela que a língua se moldou durante os anos.

Sem a cultura no processo de aprendizado, o que você atinge é um vocabulário vasto, mas bastante mecanizado, sem gírias e expressões coloquiais que fazem parte do dia a dia de qualquer comunidade.

Mas afinal, o que eu preciso fazer para falar inglês fluente?

De acordo com o que já foi citado acima, você já pode ter uma ideia do quanto a cultura é importante e deve fazer parte do processo de aprendizado da língua para você chegar a tão sonhada fluência.

Se você não trabalha em uma empresa multinacional com a cultura da língua inglesa enraizada e não tem contato com nativos da língua, ou se você não cresceu ou passou boa parte da sua vida acadêmica em uma escola bilingue, eu sugiro que você trace um plano e organize um projeto para aprender a língua e se tornar fluente usando as ferramentas que você tem.

Você deve ter em mente que simplesmente fazer um bom curso de inglês não será suficiente e que você terá que somar outros esforços para alcançar a fluência. Para tanto, um plano financeiro é fundamental nesta empreitada, pois a ideia é que você realize o curso e logo em seguida tenha a chance de fazer um pequeno intercâmbio, nas férias da empresa por exemplo.

Se mesmo fazendo um bom planejamento financeiro você ainda não consegue fazer um intercâmbio não se desespere, pois também é possível usar técnicas e ferramentas que o mundo online te oferece, e mesmo que você não fique fluente, vai chegar bem perto disso.

Neste caso, a ideia é focar num bom curso, com uma metodologia que te encoraje a aprender e a aplicar seu conhecimento nos mais variados locais e situações, e que te possibilite provar de outras culturas, mesmo que virtualmente através de aplicativos e sites que vão além da gramática e Google tradutor.

Existem aplicativos para treinar e melhorar a pronúncia (ELSA), aplicativo para conversar em tempo real com pessoas de vários lugares do globo que dispostas a lhe ajudar a dar um upgrade no seu Inglês (Lingbe), e sites como o Radio Garden, que disponibiliza estações de rádio do mundo todo e te traz a oportunidade de ouvir todos os sotaques do mundo em tempo real. Maravilhas virtuais a nossa disposição quando precisarmos e que nos mantém no jogo em busca da tão sonhada fluência!

O importante é que você desenvolva um plano com um objetivo claro e se dedique a ele. Procure cursos que se adaptam a sua forma de aprender, que traga seu dia a dia para as aulas e te incentive a aprender de forma objetiva, isso ajudará a te manter motivado. Não se esqueça que manter um bom relacionamento com seu professor, isso vai otimizar seu aprendizado. Aliás, sugiro que você fuja de cursos onde o rodízio de profissionais é frequente.

Desde que comecei a dar aulas dessa língua maravilhosa, já pude avaliar que é possível desenvolver um plano que vai sim lhe trazer a fluência. O que você precisa agora é arregaçar as mangas e colocar o plano em prática, vamos lá?

Texto publicado originalmente no site www.speakasyougo.com.br

ARIÇA VARGAS

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